História de Ana


Ana estava de saco cheio da vida, sua mãe era uma bêbada e era ignorante demais para entender tudo o que Ana queria ser e fazer, sempre a desanimava dizendo que ela era uma garota de sonhos fúteis, que faculdade de professora não ia dar dinheiro, e de musica era coisa de desocupado. O pai de Ana quase nunca parava em casa e se matava de trabalhar e no final da noite sempre chegava esgotado e nunca podia dar atenção merecida a Ana e quando seu pai tinha um tempo extra nunca falava, era um homem rústico de poucas palavras então nunca lhe oferecia afeto. A situação na casa não era umas das piores, porque Ana fazia tudo em casa, lavava, passava arrumava a casa, enquanto sua mãe passava o dia bebendo ou dormido, então uma parte do dinheiro que seu pai colocava em casa era para bens alimentícios e o resto era pra bebedeira de sua mãe. Seu irmão era um vagabundo alienado que trazia milhares de mulheres pra casa e fazia uma bagunça tremenda sem os consentimentos de seus pais, afinal se ele pedisse iria ser em vão, pois seus pais nunca o escutavam mesmo. O único espaço que Ana tinha era seu quartinho, um pouco apertado, mas um tanto confortável,  por lá ficava horas e horas lendo, escrevendo e compondo musicas, isso quando não era interrompida pelo Rock and Roll  pesado do vizinho. Ana resolveu um dia pegar seu violão e alguns trocados que juntava a uns três anos e meio... Decidiu ir até a grande cidade tocar para as pessoas que passavam por lá. E foi nesse lugar que ela conheceu uma mulher chamada Cida, simpática, estranha, enigmática,  uma mulher bacana, não muito agradável fisicamente. Ana precisava desabafar guardar tantas coisas no peito que chegava a sufocar enfim, contou  tudo o que tinha e estava acontecendo... Conquistou o afeto de Cida que logo em seguida Cida a convidou para morar em sua humilde casa, quando Ana chegou na rua da casa de Cida, eram ruas esburacadas, pessoa mal encaradas, que ficavam olhando sua cara como quem quisesse assaltar, enfim chegou na casa de Cida, não era agradável, tinha um buraco no sofá e um pedaço de pizza cheia de bicho pelo chão, Cida tentava esconder tudo dando descarga no vaso e colocando a sujeira para de baixo dos tapetes e jogando as roupas pra dentro dos armários.
 Depois disso Cida abriu sua bolsa pegou um cigarro acendeu e disse: Fique a vontade.
Ana sorriu por fora e chorava por dentro ao mesmo tempo, mas não podia reclamar afinal foi ela que saiu de casa e se não fosse a Cida, Ana não teria onde dormi.
Ana foi para o quarto deitou-se e se expôs a chorar, ela sentiu o mundo desmoronando em suas costas, quando engoliu o choro, pois escutou um barulho e foi ver o que estava acontecendo, desceu as escadas na ponta dos pés, foi quando viu Cida conversando com um homem mais velho, e escutou alguma coisa sobre “preço” quando se referiu a ela, mas não desconfiou muito, pois Cida era muito simpática e foi a primeira mulher que a acolheu, então pra Ana, Cida era uma grande guardiã, subiu-se de vagar lentamente sem fazer barulho e ficou horas pensando o que eles estavam conversando, quando se cansou e pegou no sono.
 No dia seguinte Cida acordou Ana nas pressas e disse que ela não poderia ficar dormindo o dia todo afinal teria que trabalhar para conseguir dinheiro para sustentar a casa, pois Cida só tinha dinheiro pra si própria, Ana levantou-se mastigou um pão duro quase não mastigável e enquanto comia reparava em como Cida se arrumava, Cida usava muita maquiagem e decotes extravagante uma saia que dava pra ver que ela estava sem calcinha. Mas Ana preferiu não opinar na veste de Cida, Ana se arrumou e as duas saíram.
Cida levou Ana em um lugar completamente estranho, era escuro e tinha várias entradas. Cida mandou Ana esperar e entrou em algumas das portas e por lá ficou quase uma hora quando Ana estava quase se sentando para esperar, Cida apareceu e logo atrás estava um homem velho e gordo com um charuto, mas muito bem vestido e a mandou entrar.
Ana entrou e ficou fascinada, pois o lugar era muito bonito e ficou admirada e olhava para todos os lados do lugar, entrou em corredorzinho que tinha várias portas foi quando se deparou com uma mulher semi nua abraçando o gordão, ele logo disfarçou e disse algo em seu ouvido que Ana não pode escutar, e essa mulher a olhou e saiu com uma cara de pouco caso, Ana se encolhia e se fechava em seu casaco enorme. Eles passavam por um corredor que pra Ana parecia nunca ter fim, foi quando chegou a um lugar que parecia um bar.
Estranho Ana pensava. Foi quando o cara a mandou ficar confortável e tirar o casaco, e disse que era pra ela tirar toda a roupa para que ele a examine e poder ver o que Ana tinha para oferecer, Ana se assustou, mas não tinha muitas opções, pois não sabia o que fazer para sair dali, e ficou completamente nua o Velho gordo cochichou algo no ouvido de Cida, que por fim disse: Perfeito, você tem tudo o que eu quero. --  -- --Vejamos... virgem?
Ana assustada quase perdendo a voz, e gaguejou um quase não audível:
-Sim... Senhor.
-Perfeito! Ele disse! Você será a mais cara que vamos ter.
O Velho se levantou  e começou a dizer:
-Você já pensou mocinha em ter muito dinheiro e sair toda a noite pra desfrutar e comprar o que quiser roupas, calçados, jóias e andar de carro pra cima e pra baixo?!
Ana meio reprimida, mas foi gostando, pois poderia usar o dinheiro pra pagar a faculdade de professora que tanto queria.
Enfim Ana aceitou.
Depois disso eram muitas noites com homens podres de ricos, uns agressivos outros nem tanto, havia uns carinhosos, mas nem sempre apareciam tantos por lá.
 Ana  foi conhecendo muitas mulheres da casa e começou a usar drogas,
-Coitada já está no osso de tanto craque. (Comentavam as meretizes.)
Ana escutou e disse que não era viciada que só usava aquilo pra ficar acordada na madrugada.
Em um dia de tardinha acendeu um cigarro e lembrou de sua pobre família.
...O que se passa por lá? Imaginou...
Meu irmão?  Hum esse até sei, continua levando mulheres pra casa. Minha mãe? Ah essa daí é uma perdida mesmo, deve ter se afundado na bebida, Meu pai? Um desgraçado, songa monga, deve ter saído de casa e foi morar com outra.
Procurou na carteira e achou um cartão telefônico, resolveu ligar para sua casa e saber das noticias.
O telefone chamou várias vezes, que por fim uma voz rouca disse:
-Alô.
Ana ficou muda e perguntou pelo seu pai...
E uma voz do outro lado disse:
 -Senhora eu comprei essa casa recentemente, não sei o nome das pessoas que moravam aqui e também não sei para onde foram não tenho informações, desculpa.
Ana desligou o telefone e pensou no que poderia ter acontecido com sua família, mas mesmo assim não quis voltar para terra natal, pois não havia sentido ela voltar depois de tantos anos, então por lá ficou.
E todas as noites eram as mesmas coisas, caras desiludidos com suas mulheres a procuravam pra fazer safadeza, velhos jovens tinha de tudo.
Mas tudo foi se desgastando, Ana não se preocupava mais com a beleza e foi relaxando, e os caras não a quiseram mais.
O mesmo cara que a contratou dizendo que ela era perfeita a despediu dizendo que ela estava muita magra e feia, que o cabelo dela estava caindo, Ana chorou ajoelhou-se a seus pés e implorou dizendo que não tinha para onde ir e que ali era a família dela, e que ela saindo dali ela não teria pra onde voltar,
O Cara sem pena nenhum disse: Você deveria ter ficado onde nunca deveria ter saído sua vagabunda.
 Ana levantou-se engolindo o choro, orgulhosa e saiu,  encontrou um homem na porta,
Ela balançou o cabelo e disse:
-Hoje eu estou pela metade do preço.
Ana precisava de dinheiro porque não tinha nem uma marreca para sobreviver.
O cara a chutou ela  e disse: Sai pra lá e jogou alguns trocados. Ana caída no chão pegou o dinheiro e saiu correndo, comprou algumas pedras de craque e uma garrafa de bebida, e debruço-se  a um viaduto e olhou para baixo, e avistou vários carros passando e gente atravessando e pensou que qualquer um poderia morrer ali a qualquer instante.
Foi quando pensou em se jogar, pois a vida já não estava fazendo sentido e se ela morresse acabaria com toda a dor que sentia, começou a chorar e disse em voz alta:
-Adeus mãe cachaceira, adeus pai sem coração, adeus irmão vagabundo, adeus a todos os homens que traíram suas mulheres comigo.
Começou a rir bem baixinho olhando pra um lado e para o outro, como se tivesse sendo avistada.
E do nada começou a rir alto que nem uma louca, e disse: Adeus Cida vagabunda que acabou com a minha vida! Que queime no inferno, que vá abraçar o capeta!
Recebam essa mensagem telepaticamente enviada por mim.
Ana jogou as pedras de craque no chão e tomou o ultimo gole da garrafa e se jogou do viaduto.
Acharam seu corpo estirado no asfalto, anunciaram no jornal, mas viram suas vestes, resolveram não comentar muito o que tinha acontecido. Abafaram o caso e a enterraram e um cemitério qualquer.
Enquanto isso, a família de Ana não cansados de procurar por Ana, viram  a reportagem no jornal, mas como aquilo era comum qualquer um se joga de um viaduto nunca lhe passou pela cabeça que aquela poderia ser sua filha. Sua mãe entrou pro AA hoje era uma nova mulher e está grávida de três meses.
Pai de Ana  foi promovido no trabalho e então não precisava trabalhar tanto, seu irmão  se formou na universidade e casou-se.

FIM


Por:   Thay Lambert

14 Comentários:

Dicliife 19 de setembro de 2010 às 19:13  

Adorei o texto muito bem escrito, criatividade 10.

Amiga continua assim, eu sigo e recomenfo. BJS

Tae Lambert 19 de setembro de 2010 às 19:14  

aaah, que bom que você gostou!!! que bom também que você leu!!!!

Dafs 20 de setembro de 2010 às 12:38  

adorei também *-* mega criativo!
Seguindo :*

Victor Pagani 20 de setembro de 2010 às 17:39  

Adorei o texto, parabéns Thãy :D Mas particularmente, textos imensos sem muitas imagens cansam :/

[]'s

Camila Soarez 20 de setembro de 2010 às 18:22  

Nossa, muito legal a história!
Seu blog vai ser só de contos? Muito bom mesmo, parabéns!

Bjs

Anônimo,  20 de setembro de 2010 às 18:45  

parabens amiga adoreiii...muito bom mesmoo...

Tae Lambert 20 de setembro de 2010 às 18:47  

vira e mexe ele tem algumas histórias que escrevo, e um pouco de tudo!! ^.^

Karla Diniz 20 de setembro de 2010 às 19:30  

Oi!
Curti o blog, e adorei o post :D

Seguindo!
[Ponto K]
http://pontoksd.blogspot.com/

Anônimo,  21 de setembro de 2010 às 12:03  

da pra montar um curta

com a historia muito legal :D


Mundo Irado

Kauê 21 de setembro de 2010 às 18:19  

Tão boa quanto a história da Alice :P
Nossa você tem muito talento mesmo :X

to impressinado! pense em escrever livros, você vai longe!!!

quando você tiver um tempinho olha direito o meu blog :P

já que o primero post que voce viu é só uma apresentação ;]

http://www.tablepress.com/

Aline Souza 21 de setembro de 2010 às 18:25  

Legal, gostei do post.
Estou se seguindo...

Siga ?
http://universofemiinino.blogspot.com/
e
http://maisumblogdeamor.blogspot.com

Rotina de um Desconhecido 21 de setembro de 2010 às 19:32  

Muito bom, textos criativos de ótima qualidade, continua assim que um livro é o próximo passo! =)

Aline Souza 22 de setembro de 2010 às 14:22  

Prontoooooo '
três seguidores pra vooc '
Obrigada por seguir-me & se quizer
siga meu outro blog:
http://maisumblogdeamor.blogspot.com

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